Rondônia
Rondônia perdeu 1,2 mil km² de floresta por desmatamento em 2022, diz Imazon
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Rondônia perdeu pouco mais de 1,2 mil quilômetros quadrados de floresta em 2022 em razão do desmatamento. É o que aponta o monitoramento do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), divulgado nesta quarta-feira (18).
O estado é o quarto da Amazônia Legal mais afetado, sendo Pará (3.874 km²) o líder, seguido do Amazonas (2.575 km²) e Mato Grosso (1.604 km²) como os mais desmatados.
O resultado da devastação em todo o bioma traz uma marca severa: foram 10.573 km² perdidos, o equivalente à derrubada de quase três mil campos de futebol por dia de floresta. Ainda segundo a análise do instituto, essa é a maior destruição registrada em 15 anos.
Mesmo ao lado dos estados da Amazônia Legal que mais sofrem com o avanço do desmatamento desde 2019, Rondônia registrou remota queda na perda florestal em relação a 2021. Naquele ano, houve a supressão de 1.290 km² de área, conforme o Imazon.
Cenário do desmate em áreas protegidas
As áreas em situação mais crítica de perda florestal são as unidades de conservação estaduais. Nesses locais, o Imazon aponta que a devastação subiu 8% no ano passado em relação a 2021. Em quantitativo de área, perderam 746 km² em 2022, enquanto que em 2021 a supressão foi de 690 km².
Mesmo sob muita pressão, as unidades de conservação federais e as terras indígenas registraram queda no desmatamento em 2022 de 8% e de 21%, respectivamente. Apesar disso, o monitoramento do instituto diz que o desmatamento em 2022 foi o segundo maior em uma década nas unidades de conservação federais e o quarto maior nos territórios indígenas.
A TI Sete de Setembro, entre Cacoal, Espigão D’Oeste e Rondolândia, nos estados de Mato Grosso e Rondônia, aparece no ranking dos 10 territórios que mais sofreram pelo avanço do desmatamento em 2022. No caso das unidades de conservação, PES de Guajará-Mirim e a Estação Ecológica de Samuel, ambas também em Rondônia, estão entre as 10 mais desmatadas.
![Terra Indígena Sete de Setembro. — Foto: Google Earth/Reprodução](https://s2.glbimg.com/9zX2VftqnOFsGkz3DOzcb7z74cU=/0x0:1855x943/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2019/X/p/lO5ThpR6uATJv4rnTFJg/1d673d1a-0472-4133-a00a-dba8b2feac2b.jpg)
Terra Indígena Sete de Setembro. — Foto: Google Earth/Reprodução
O atual governo tem prometido dar prioridade à proteção da Amazônia. Em diversas entrevistas, a ministra do Meio Ambiente e Mudança Climática, Marina Silva, tem reforçado o compromisso com a política ambiental e com o desmatamento zero no bioma. Marina também anunciou a criação de uma secretaria para frear a derrubada das florestas.
“Mas para que isso aconteça de fato, é preciso que a gestão busque a máxima efetividade nas medidas de combate à devastação que já foram anunciadas, como a volta da demarcação de terras indígenas, a reestruturação dos órgãos de fiscalização e o incentivo à geração de renda com a floresta em pé”, disse Bianca Santos, pesquisadora do Imazon.